AVALIAÇÃO DO CULTIVO DE PLEUROTUS OSTREATUS (SHIMEJI PRETO) EM VÁRIOS RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

Resumo

Pleurotus ostreatus (Shimeji Preto) tem atraído o interesse crescente de agricultores, não apenas pelas características sensoriais e nutricionais, mas principalmente por suas características de cultivo menos exigentes em relação a outras espécies. Dessa forma, surge uma busca por substratos alternativos capazes de baratear a produção e aumentar a produtividade do cultivo regional. Esse estudo teve como objetivo desenvolver uma padronização de protocolo de cultivo para a espécie em diferentes substratos alternativos, averiguar a influência da luz sobre o crescimento vegetativo e a produção no endocarpo do coco verde descartado como recipiente. A influência da luz foi avaliada a partir da inoculação do fungo em duas formulações: TL1 [Bagaço de malte (98%) + gesso agrícola (2%)] e TL2 [Milho de pipoca (100%)]. Os tratamentos foram mantidos no claro, escuro e fotoperíodo de 12h claro/12h escuro. O crescimento micelial foi avaliado durante 15 dias de cultivo. Para os ensaios de produção, os resíduos utilizados foram: coco verde descartado como recipiente, bagaço de malte, vagem de feijão verde sem o grão, fibra da cana-de-açúcar, borra do café e gesso agrícola como suplemento. Foram testadas 18 formulações e 6 foram selecionadas para os ensaios de produção baseado no vigor e densidade do micélio. Apenas a formulação TB15 [bagaço de vagem (95%) + bagaço da cana-de-açúcar (5%)] frutificou. Não foi constatada interferência da luz sobre o crescimento micelial de P. ostreatus. O tratamento TB15 se mostrou ideal para o cultivo do cogumelo, com Eficiência Biológica de 25 %, Rendimento de 110 %, Produtividade de 0,22 g/dia e Perda de Matéria Orgânica de 45 %. O endocarpo do coco verde reciclado se mostrou adequado como recipiente para produção. As demais formulações de substratos testadas se mostraram promissoras, mas necessitam de ajustes para que a produção seja considerada satisfatória.