DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DOS FOCOS DE QUEIMADAS NO ESTADO DO PIAUÍ

Resumo

Ao longo dos anos a incidência indiscriminada de incêndios tem causado impactos extremamente nocivos à biodiversidade. Esses impactos têm se intensificado em regiões que apresentam altas temperaturas do ar, baixa umidade relativa e baixos índices pluviométricos. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a distribuição espaço-temporal dos focos de queimadas no estado do Piauí entre o período de 1999 a 2020, bem como relacionar sua ocorrência com alterações na pluviosidade, temperatura e umidade relativa. Para tanto, foram utilizadas imagens do acervo do projeto Mapbiomas referente ao período de 1999 a 2020, derivadas dos satélites LANDSAT 5, 7 e 8, cuja resolução espacial é de 30m (30mx30m). Os dados climatológicos utilizados na pesquisa foram obtidos através da plataforma BDMEP - Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa, gerenciada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Utilizou-se dados mensais de precipitação, temperatura média condensada e umidade relativa de 13 estações meteorológicas convencionais gerenciadas pelo INMET no estado do Piauí, incluindo Bom Jesus do Piauí, Caldeirão, Caracol, Esperantina, Floriano, Luzilândia (Lagoinha do Piauí), Parnaíba, Paulistana, Picos, Piripiri, São João do Piauí, Teresina e Vale do Gurgueia (Cristino Castro). Dos resultados, verifica-se que a precipitação pluviométrica possui papel importante na distribuição dos focos de calor no estado do Piauí, mas não é a única variável que pode impactar a sua ocorrência. Outras informações como a umidade, temperatura, uso e forma de ocupação do solo pela agricultura também devem ser consideradas. Conclui-se que, a precipitação pluviométrica, temperatura, umidade relativa, uso e ocupação do solo associado ao tipo de agricultura são agentes importantes na distribuição dos focos de calor no estado do Piauí.