RELAÇÃO DE COERÊNCIA E FASE ENTRE EVENTOS EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO EM MACEIÓ E VARIABILIDADE CLIMÁTICA GLOBAL
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Resumo
Há uma crescente urgência de estudo sobre eventos extremos de precipitação, diante o aumento de ocorrência e intensidade destes, visto que há a vulnerabilidade da população em áreas de risco, exigindo assim, uma governança ambiental dos riscos dos desastres naturais que proporcione o desenvolvimento da capacidade de adaptação das sociedades modernas. Maceió obteve em 2022, altos valores de precipitação em decorrência da variabilidade das temperaturas e fenômenos climáticos nos Oceanos Pacífico (La Niña) e Atlântico (Atlântico Sul aquecido), gerando grandes transtornos na cidade e em outras cidades do estado. O objetivo desse trabalho é primeiramente identificar as escalas temporais atuantes sobre a precipitação de Maceió, e com essas escalas associá-las a fenômenos climáticos globais, e assim, consequentemente correlacionar o índice de precipitação de Maceió com índices de variabilidade climática dos fenômenos associados. Desse modo, através da estatística de coerência e fase, pode-se prever eventos extremos de chuva locais e trazer informações preventivas de maneira antecipada e assertiva. Foram utilizados dados mensais de precipitação pluviométrica de 1952 a 2020 que foram obtidos juntos ao Instituto Nacional de Meteorologia. Também foram calculados os dados de SPI da precipitação de Maceió para gerar as Análises de Ondaletas e Ondaletas Cruzadas, as quais fizeram correlações através das análises de coerência e fase com os índices climáticos. Através das Análises de Ondaletas, identificou-se que as escalas dominantes de ENOS e ENOS estendido, e secundárias de Manchas solares e Dipolo do Atlântico, ocasionam as maiores influências e variabilidades pluviométricas locais. A ondaleta cruzada indicou que o mínimo de SPI ocorre 9 meses após máximo da fase de El Niño, podendo assim, os gestores locais, preverem por exemplo, secas após a ocorrência de ENOS. Para a relação entre o Dipolo do Atlântico e SPI, esta estatística mostrou que o mínimo de SPI ocorre 9 meses após o máximo do Dipolo do Atlântico; desse modo, com acompanhamento das temperaturas do Oceano Atlântico, prevê-se mínimos pluviométricos e pode-se amenizar as perdas econômicas e de vidas humanas. Por fim, as Manchas Solares e SPI de Maceió apresentaram coerência, com mínimo de SPI (secas) ocorrendo 10,5 meses após o máximo das Manchas Solares. Desse modo, fica mais claro como ENOS, a variabilidade da temperatura da superfície do mar no Oceano Atlântico e Ciclo de Manchas solares influenciam e colaboram para a ocorrência de eventos extremos pluviométricos locais, os quais são possíveis de serem previstos estatisticamente.