“IR OU NÃO IR À OFICINA?”: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PESQUISA SOCIAL COM EMPREGADAS DOMÉSTICAS MIGRANTES

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Guélmer Júnior Almeida de Faria
Lilian Maria Santos
Andrea Maria Narciso Rocha de Paula

Resumo

Este trabalho compartilha a experiência e as negociações que foram feitas para realização de oficinas com um grupo de domésticas migrantes, em um centro de referência e assistência social da cidade de Montes Claros (Minas Gerais), durante o ano de 2018. A oficina teve como foco “Redes de Migração e Trabalho Doméstico”, idealizada e desenvolvida com o OPARÁ-MUTUM: Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Migrações e Comunidades Tradicionais do rio São Francisco/ UNIMONTES Montes Claros/ MG. A oficina envolveu a transmissão de filmes, dinâmicas de grupos, confecção de mapas de redes sociais pessoais e a discussão de questões ligadas ao trabalho doméstico remunerado. Trata-se de uma pesquisa qualitativa. Com uma perspectiva interdisciplinar, buscamos compreender como acontecem as relações entre domésticas, migrantes e as relações entre trabalho, gênero e direitos humanos. Apresenta-se aqui a experiência formativa e investigativa da oficina, que aconteceu de maneira participativa, ressaltando algumas pistas para fomentar a participação das domésticas com a universidade que (re)produz espaços de não-lugar a determinados grupos vulneráveis da nossa sociedade, possibilitando uma educação inovadora das classes populares, que vai além da transmissão do conhecimento, mas as coloca no centro do protagonismo como corresponsáveis por efetivas ações de transformações sociais. Considera-se, assim, que a oficina traz reflexões dos processos integrados em sociedade, aquilatando e reconhecendo essas domésticas migrantes como sujeitos de luta por igualdade de direitos.

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