(IN) SUSTENTABILIDADE DE COMUNIDADE INDÍGENA SOB A ÓTICA DO DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO

Conteúdo do artigo principal

Paulo Víctor da Silva Filgueira

Resumo

Práticas de desenvolvimento implementadas de cima para baixo em comunidades tradicionais, como as indígenas, em grande parte não têm elevado os padrões de bem-estar e sustentabilidade das pessoas mais pobres e o seu meio vivencial. Portanto, objetiva-se com esse estudo analisar as condições de vida e ações de desenvolvimento da comunidade indígena Catu, situada entre os municípios de Goianinha e Canguaretama no Rio Grande do Norte, através da participação dos indígenas, visando à sustentabilidade. A pesquisa é classificada como qualitativa, pois busca-se a compreensão subjetiva dos povos indígenas utilizando, para isto, o Diagnóstico Rural Participativo. É, também, exploratória e descritiva. Destacaram-se como potencialidades locais; o turismo pedagógico; a agricultura de base familiar para fins de subsistência e comercial; a piscicultura; o modo de vida tradicional e de resgate de valores e costumes e como agravantes à vida e ao desenvolvimento com liberdades; baixa escolaridade; ausência de demarcação de terras; de assistência técnica; de cooperativa de produtores; destinação inadequada de resíduos sólidos; vias de acesso precárias; e sobretudo da pressão socioambiental resultantes de atividades econômicas do cultivo da cana-de-açúcar e da urbanização contemporânea que só ameaçam a sustentabilidade da comunidade indígena Catu. Em síntese, o desenvolvimento de cima para baixo ou exógeno, constatado pela pesquisa, só influencia negativamente a manutenção da comunidade indígena, pondo em risco as suas tradições e estilos sustentáveis, além da própria liberdade de viver de forma serena, convivial e permanente.

Detalhes do artigo

Seção
Capítulos