DANÇA E QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS COM PARALISIA CEREBRAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Conteúdo do artigo principal
Resumo
A paralisia cerebral (PC) é um distúrbio na postura e no movimento resultante de uma lesão no cérebro em desenvolvimento. A PC afeta não só as funções motoras, mas também a dimensão cognitiva e psicossocial. A gravidade do comprometimento é associada com a redução da qualidade de vida desta população. Terapias são necessárias para abordar essas dimensões. A prática da dança proporciona benefícios multidimensionais para pessoas com diversas desordens neurológicas e pode apresentar um potencial efeito benéfico para pessoas com PC. O objetivo desta revisão integrativa da literatura é avaliar o impacto da dança sobre a qualidade de vida de crianças, adolescentes e adultos com PC, classificadas nos níveis I, II, III, IV e V do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS). Métodos: Em janeiro e fevereiro de 2023, foram realizadas pesquisas nas bases de dados PubMed, Scielo, Pedro e Cochrane. Os critérios de inclusão foram: apresentar diferentes delineamentos de pesquisa (estudos piloto, casos clínicos, ensaios clínicos randomizados e quase-ensaio clínico randomizados), ter sido publicado no período de 2012 a 2022, incluir crianças, adolescentes e/ou adultos com PC, ter como intervenção diferentes estilos de dança, e ter como desfecho a avaliação da qualidade de vida através de instrumentos padronizados. Foram excluídos estudos cujas aulas de dança tenham sido ofertadas no formato remoto ou através de realidade virtual. Dois revisores analisaram independentemente os títulos, resumos e relatórios de texto completo relevantes para elegibilidade; extraíram os dados relevantes e analisaram as informações. Resultados principais: Foi encontrado apenas um estudo, do tipo ensaio clínico randomizado, que avaliou o efeito da dança hip hop sobre a qualidade de vida de crianças e adolescentes com PC de níveis I e II no GMFCS, e apontou resultados positivos para este desfecho. Conclusões dos autores: O único estudo incluído apresentou tamanho de amostra pequeno, limitou-se a avaliar apenas um estilo de dança e incluiu crianças e adolescentes com maior nível funcional no GMFCS (níveis I e II), de forma que resultou em incerteza em relação às estimativas de generalização do efeito. Há uma necessidade de outros estudos, de alta qualidade e bem relatados, que avaliem a eficácia de diferentes estilos de dança em relação à qualidade de vida de pessoas com PC, de diferentes faixas etárias e com diferentes níveis no GMFCS.