IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇO DE ACOMPANHAMENTO FARMACÊUTICO AO PACIENTE COM TOXOPLASMOSE EM UMA UNIDADE EM REFERÊNCIA DE BELÉM-PA
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Resumo
Introdução: A toxoplasmose é uma antropozoonose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. O Ministério da Saúde preconiza que o tratamento de primeira linha seja feito através da administração de espiramicina, alternada ou não com sulfadiazina, pirimetamina e ácido fólico. Objetivo: Implantar um serviço de acompanhamento farmacêutico em pacientes com toxoplasmose em uma unidade de referência em Belém/PA. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional descritivo e prospectivo. Na primeira etapa, foi realizada entrevista com 27 pacientes antes do acompanhamento farmacêutico, para identificação do perfil socioeconômico e patologias associadas mais frequentes. Para identificar a adesão ao tratamento, foi utilizado o formulário de pesquisa Brief Medication Questionnaire – BMQ. A causalidade da notificação de reação adversa foi avaliada com a aplicação de algoritmos de naranjo e a identificação de possíveis interações medicamentosas foi realizada através da base de dados Micromedex®. Na segunda etapa, os pacientes foram acompanhados, e orientados de acordo com suas necessidades uma ou duas vezes ao mês, dependendo da sua condição patológica. Resultados e discussão: A maioria dos pacientes tratados são do sexo feminino (96,3%), possuem idade entre 21 e 25 (48,1%), são solteiros (66,6%), com ensino médio completo (40,7%) e renda de até 1 salário (66,6%). É possível verificar que a maioria dos participantes possuem contato com gato (70,3%) e são residentes da zona urbana (59,2%). Além disso, 81,4% deles alegaram não possuir horta e 55,5% não ingerir carne mal-cozida, por outro lado, 70,3% deles não possuem poço artesiano. Dos 27 pacientes, 59,2% apresentaram baixa adesão e 17 apresentaram reações adversas. Conclusão: A complexidade do regime terapêutico utilizado pode contribuir para que ocorram falhas, como descuidos com horários de administração dos medicamentos, desmotivação e, assim, haja uma maior dificuldade na adesão ao tratamento, devido também às possíveis reações adversas. O acompanhamento farmacoterapêutico com esses pacientes é de suma importância, para minimizar eventos adversos, além de melhorar a adesão do paciente ao tratamento e consequente sucesso farmacoterapêutico.