BIOMARCADORES SANGUÍNEOS APLICADOS AO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA DOENÇA DE ALZHEIMER

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Eduarda Mirelle de Morais Gomes

Resumo

Introdução: A doença de Alzheimer (DA) é uma patologia neurodegenerativa progressiva, tendo em sua sintomatologia a perda de memória e déficit cognitivo em várias áreas decorrentes da perda expressiva de neurônios. O diagnóstico é basicamente clínico, consistindo nas alterações comportamentais, cognitivas e funcionais em associação a eliminação de outras possíveis patologias através de exames laboratoriais complementares. Na fisiopatologia da DA às principais proteínas relacionadas são a β-amilóide (Aβ) e Tau, a DA não tem cura e as opções terapêuticas visam estabilizar a doença. Objetivo: Descrever a viabilidade e possíveis benefícios dos marcadores sanguíneos proteínas β-amilóide e tau como ferramenta de diagnóstico precoce da DA, bem como seu provável reflexo no prognóstico do paciente acometido. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura científica, no qual foram realizadas buscas nos seguintes bancos de dados: SCIELO, PubMed e Science Direct, utilizando os seguintes descritores: Doença de Alzheimer, biomarcadores sanguíneos, beta amilóide, proteína tau e diagnóstico precoce, em artigos publicados de 2012 a 2022, nos idiomas inglês e português. Resultados e discussão: Foi evidenciado que a combinação dos biomarcadores das proteínas tau fosforilada (p-tau181) e (p-tau217) previram a demência da DA em 6 anos em indivíduos sem comprometimento cognitivo. A p-tau181, p-tau217 e Aβ42/Aβ40 foram associadas a pacientes com comprometimento cognitivo leve, na fase pré-clínica e prodrômica, a Aβ cerebral foi detectada com precisão através da combinação de Aβ42/Aβ40 e p-tau217.A p-tau231 identificou os estágios iniciais da DA igualmente como a p-tau181, e está presente no comprometimento cognitivo leve. A β-amilóide nas razões Aβ42/Aβ40 detectou a DA com precisão em indivíduos cognitivamente intactos, possibilitaram predizer o status Aβ42/Aβ40 em todo o continuum clínico e previram a Aβ cerebral, discriminando a Aβ positivos de Aβ negativos. Porém, seus resultados variam amplamente, e os níveis de Aβ são instáveis para uso clínico. As proteínas tau fosforiladas (p-tau181, p-tau217 e p-tau231) se demonstraram promissores biomarcadores preditivos e diagnóstico, com alta capacidade discriminativa de DA e não-DA e monitoramento em todo o processo da DA. Podendo estes, serem utilizados como, por exemplo, exame de triagem no diagnóstico precoce e acompanhamento terapêutico. Conclusão: Os biomarcadores plasmáticos Aβ e tau demonstram viabilidade, sensibilidade e especificidade para utilização clínica. Porém, há algumas limitações, sendo indicado estudos mais aprofundados para que haja uma padronização dos métodos pré-analíticos e analíticos para sua aplicabilidade clínica.

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