SUPORTES POROSOS PARA IMOBILIZAÇÃO DA ENZIMA FTASE: REVIEW

Resumo

Os frutooligossacarídeos (FOS) são conhecidos por serem açúcares mais saudáveis quando comparados aos açúcares amplamente comercializados tendo em vista o seu baixo valor calórico, sua segurança de consumo aos diabéticos e sua atuação como prebiótico, proporcionando uma série de benefícios à saúde e nutrição humana, como o aumento da flora bacteriana intestinal, a diminuição dos níveis de colesterol e triglicerídeos e a melhora do sistema imunológico. Os FOS são compostos de origem natural e podem ser encontrados, embora em baixa concentração, em diversas espécies vegetais, o que inviabiliza a sua produção e comercialização em larga escala e estimula a busca por técnicas alternativas da sua produção nos setores alimentício e farmacêutico. Diante desse cenário, enzimas como a frutosiltransferase (FTase, E.C. 2.4.1.9), de Aspergillus oryzae IPT-301 podem catalisar a reação de transfrutosilação da sacarose para produção de FOS; contudo, o tempo de meia vida dessas enzimas extracelulares é curto e acaba comprometendo a produção de FOS em larga escala. Sendo assim, a imobilização dessas enzimas em suportes inertes e insolúveis é uma das maneiras de aumentar a sua estabilidade. Tais suportes atuarão como uma barreira protetora diante de condições adversas do meio reacional, contribuindo para o aumento do tempo de meia vida das enzimas e aumentando seu potencial de reuso. Além disso, a imobilização de enzimas permite a sua aplicação em processos contínuos, fator que implica diretamente na redução dos custos operacionais e no aumento da produtividade do processo. Para o bom desempenho da enzima imobilizada, deve-se considerar as características do suporte utilizado, tais como estabilidade química, resistência mecânica, retenção da atividade enzimática inicial, durabilidade e capacidade de reutilização, custo e facilidade de manuseio, além de outras. Este trabalho teve como objetivo fazer um review da literatura dos suportes inertes porosos para imobilização, por adsorção, de enzimas FTases extracelulares microbianas, abrangendo desde os materiais utilizados, bem como seu processamento, propriedades e sua aplicabilidade potencial como material de suporte das FTases para a reação de transfrutosilação da sacarose.