A PRÁTICA DA TENDÊNCIA ATUALIZANTE PELAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO ENFRENTAMENTO DOS DESAFIOS PARA A PERMANÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

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Iarley Pereira de Sousa

Resumo

As pessoas com deficiência tiveram seu direito de acesso ao ensino superior e técnico de nível médio, no Brasil, com o advento da Lei n. 13.409/2016, que incluiu estes cidadãos no rol dos tutelados pelo sistema de cotas. No entanto, muitos são os desafios que as pessoas com deficiência enfrentam para permanecer no ensino superior. Este estudo objetivou discutir a percepção que os discentes com deficiência dos cursos de graduação do Centro de Ciências Jurídicas e Sociais (CCJS) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), possuem desses desafios e quais as estratégias de enfrentamento são criadas por eles O marco teórico utilizado foi a Abordagem Centrada na Pessoa, de Carl R. Rogers, especificamente, discutindo-se o conceito de tendência atualizante. A pesquisa teve caráter básico, de abordagem qualitativa e descritiva, tendo como amostra, sete pessoas com deficiência, entre 18 e 53 anos, sendo quatro do sexo feminino e três do sexo masculino. Seis dos participantes ingressaram na universidade por meio do sistema de cotas para pessoas com deficiência; dois possuem deficiência visual, um possui deficiência auditiva e quatro possuem deficiência física. Para coleta de dados, aplicou-se uma entrevista semiestruturada. Os dados coletados foram submetidos a uma análise de dados qualitativa, por meio da análise de conteúdo de Bardin (2016). Os principais desafios identificados foram: as dificuldades financeiras, demonstrando que a pobreza e a deficiência são marcas de uma sociedade desigual; problemas de infraestrutura da instituição e na falta de estratégias pedagógicas adequadas por parte dos docentes; falta de abertura no meio acadêmico para acolher e conviver com a diversidade que gera o preconceito e a exclusão; dentre outras. Como estratégias de enfrentamento identificou-se a tendência atualizante, um fator protetivo (religiosidade) e a presença de grupos de apoio (família, amigos), embora os participantes não os identifiquem como tal porque a visão é que um grupo de apoio é algo institucional e, neste sentido, os participantes pouco conseguem identificar a sua existência, no âmbito acadêmico.

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